A dupla Carlos Eduardo e Célestin Djim
O FC Porto publicou hoje o Relatório e Contas Individual e Consolidado completo, o que já vai permitir avaliar e constatar diversas ações que foram tomadas entre 1 de julho de 2014 e 30 de junho de 2015. Há muito para explorar ao longo dos próximos dias. Para já falemos da transferência de Carlos Eduardo para as Arábias.
Como é lógico, jamais Carlos Eduardo teria saído por 7M€ ou por 10M€ sem que o FC Porto tivesse interesse em comunicá-lo à CMVM. A sua saída para as Arábias, quando se perspetivava que ou poderia fazer a pré-época com Lopetegui ou render um valor razoável numa transferência para um clube europeu, pareceu sempre um pouco precipitada, repentina ou até surpreendente, mas o negócio pode agora ser (meio) explicado.
O FC Porto vendeu ao Al Hilal Carlos Eduardo... e Céléstin Djim. Chegou ao FC Porto há um ano, pelas mãos de Luciano D'Onofrio (que também trouxe o irmão Tony Djim, agora a jogar com regularidade nos sub-19), fez três jogos na equipa B e foi emprestado ao Freamunde em janeiro. Fez sete golos na segunda liga e a 18 de julho o Metz, de Carlos Freitas, anunciou a contratação de Célestin Djim, por empréstimo do FC Porto. Nessa altura, na verdade já o FC Porto tinha vendido Djim ao Al Hilal. O porquê de o Metz o ter anunciado dessa forma (o FC Porto nada comunicou, nem sequer a venda de Carlos Eduardo, algo questionável após a sua reintegração ter sido anunciada pelo próprio presidente), lá eles saberão.
O Al Hilal contratou então Carlos Eduardo e Célestin Djim num pacote de 5,5 milhões de euros. O FC Porto não detalha mais nada sobre o assunto, apenas que esta verba vai ser recebida durante a época 2015-16. O FC Porto nem sequer explica concretamente, no R&C, a quem Carlos Eduardo e Djim foram vendidos: limita-se a dizer que os seus direitos foram alienados e que o Al Hilal está a dever os 5,5M€. A SAD também não confirma a repartição de valores. Curiosamente, inicialmente chegou a ser Kayembe o nome discutido para entrar no negócio, o que talvez diga muito dos planos futuros para o belga no clube.
O FC Porto contornou o acordo que tinha com o Nice, quiçá por considerar que o pack proposto por D'Onofrio seria mais vantajoso do que esperar por outras propostas ou reintegrar Carlos Eduardo no plantel, mas os clubes lá se entenderam, com Ricardo Pereira a seguir por empréstimo de dois anos. Além disso, o Nice tinha direito a receber 10% da transferência de Carlos Eduardo. Isso significa que vai receber o valor da avaliação de Carlos Eduardo, e não do negócio total com o Al Hilal. É normal que não tenham gostado do valor em que Carlos Eduardo foi avaliado, mas parece que sem querer arranjaram um belo lateral-esquerdo, de seu nome Ricardo Pereira.
Por fim um pormenor importante: o FC Porto mantém direito a 50% de uma possível venda de Carlos Eduardo. A SAD não confirma a existência de uma cláusula anti-rivais, mas esta situação terá sido salvaguardada, até porque não falta quem o queira em Portugal, com Jorge Jesus à cabeça.
by tribunaldodragao