Domingos Paciência

famaboys

Eterno #4
Daniel Novo disse:
DOMINGOS PACIÊNCIA


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Domingos José Paciência Oliveira nasceu em Leça da Palmeira em 2 de Janeiro de 1969 e chegou ao Porto aos 13 anos de idade na companhia do amigo Vítor Baía. Miúdo franzino mas dotado de uma técnica especial foi intensivamente trabalhado pelo departamento de futebol juvenil do Porto para ganhar "músculo" até ser chamado para os seniores em 1987 quando o treinador era Tomislav Ivic (o tal que considerava que Gomes estava "finito"). O ex-júnior Domingos estreou-se nos seniores num particular em Itália contra o Foggia em 15 de Agosto de 1987 mas só a 13 de Abril de 1988 fez o seu primeiro jogo oficial pelos azuis e brancos. Foi no jogo da 30 jornada contra o Elvas em que entrou aos 64 minutos em substituição do ponta de lança brasileiro Raudnei tendo a cinco minutos do final do encontro apontado o quarto e último golo da equipa numa recarga oportuna a remate de Sousa.

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Domingos era um verdadeiro ponta de lança mas ao mesmo tempo um jogador de uma qualidade técnica notável que lhe permitia jogar nas alas quando necessário. Aliás, numa entrevista em 1995, ele próprio definia-se como "um jogador útil que trabalha para a equipa" e acrescentava: "Se vir um colega em melhor posição para marcar, dou-lhe o golo. Não estou para prejudicar a equipa. Não vivo de troféus individuais, mas, sim, de triunfos colectivos." Além de ser um avançado com um bom jogo de cabeça era um jogador que pensava e executava rapidamente.

Nas 12 épocas em que jogou pelo Porto Domingos tornou-se um dos principais goleadores não sendo, apesar disso, um titular indiscutível em algumas das épocas. Depois de em 90/91 ter marcado 24 golos e ter perdido a Bola de Prata para Rui Águas a quem foi contabilizado um golo fantasma, conseguiu na época 95/96 o seu melhor registo na Liga com 25 golos em 29 jogos (sei dos quais incompletos), ganhando finalmente a Bola de Prata e conquistando também o prémio de melhor jogador do Campeonato Nacional. Em 96/97, com a chegada de Mário Jardel e uma série de arreliadoras lesões marca apenas 3 golos e termina uma primeira ligação ao Porto partindo para Tenerife.

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Dois anos depois regressa ao Porto (apesar do assédio do Sporting) mas sem voltar a atingir o brilhantismo anterior. Depois de 263 jogos ao serviço do Porto com 106 golos marcados Domingos conquistou 7 campeonatos, 5 Taças de Portugal e 6 Supertaças deixando de jogar no final da época 2000/01. Lembro-me de vários golos marcados ao Sporting em Alvalade (que nos deram o campeonato) e também de alguns aos vermelhos como um em Paris que nos deu mais uma Supertaça. Representou ainda por 35 vezes a Selecção portuguesa apontando 9 golos.

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Uma das histórias mais curiosas passadas com o goleador e bem ao gosto de Pinto da Costa aconteceu em 11 de Dezembro de 1995 quando perante muitos jornalistas, e depois de muitas perguntas sobre se Domingos saía para Itália, o Presidente anunciou ao seu estilo: "Meus senhores, vou apresentar-lhes o futuro ponta-de-lança do F.C. Porto. Desculpem se fala português." Às palavras irónicas e enigmáticas de PC seguiu-se a entrada na sala de Domingos reafirmando a condição de "personalidade emblemática" do clube.

Obrigado Domingos!

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Fonte: http://bibo-porto-carago.blogspot.com/2011/04/domingos-paciencia.html

Como é que ainda não havia tópico pra ele, crl? Domingos :prayer: Lembro-me vagamente dele, ainda era demasiado novinho para conseguir analisar o jogo e os jogadores da forma que hoje faço. Quero ver se apanho uns jogos dele, falam-me muito bem do Minguinhos.
 
Re: [Futebol] Domingos

Fdx que jogador do crl :prayer:

Se não me engano, ainda é o último melhor marcador da Liga português(e isso é muito triste, mas pronto) :lol:
 
OP
OP
famaboys

famaboys

Eterno #4
Re: [Futebol] Domingos

O Liedson igualou-o. Tudo bem que é naturalizado mas também marcou 25 em 34 jogos. :mrgreen:
 
S

Smith.

Guest
Re: [Futebol] Domingos

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"Pedi uma 7Up e disseram-me que tinha de ir para outra mesa"

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ANDRÉ VIANA

Viu Gomes lesionar-se e perder a final, mas foi entre amigos, entre Costa Cabral e a Baixa, que viveu a noite que mudou a história do FC Porto. Domingos recua até aos dias em que sonhava ser, um dia, reconhecido na rua.

Onde é que estava no 27 de maio?

Estava em casa com uns amigos, ali na zona do Raione, em Costa Cabral. Foi uma coisa única, depois andei pela Baixa, foi uma festa imensa. Senti como se fosse uma conquista minha também, porque eu tinha 18 anos, era júnior mas já treinava muitas vezes com eles. Foi uma festa muito bonita, sem excessos, porque ainda era novo para isso, mas fiquei imensamente contente.

Tendo estado com o plantel dias antes da final, que sensações havia no balneário?

Lembro-me da série de lesões antes da final. O Artur Jorge chamou seis ou sete juniores para compor o grupo nos treinos e recordo-me do lance em que o Gomes se lesionou. Percebi o desespero dele quando sentiu o pé prender na relva, mas houve ainda o caso do Lima Pereira e essas lesões tiveram impacto. A ansiedade de jogar essa final cresceu, apesar da experiência da maior parte dos jogadores.

Não esteve com eles em Viena, mas como os reencontrou depois?

Havia uma alegria enorme, porque foi o coroar de uma geração. Senti que tudo passou a ser diferente, aquilo tinha sido único.

Sentia-se um intruso no balneário nesses primeiros meses?

Abordavam-me de formas diversas, mas guardo o carinho de todos eles. Era um miúdo, lembro-me bem de quando me começaram a levar para os almoços e começaram a fazer de mim homem. Um dia fomos almoçar, pedi uma 7Up e disseram-me que tinha de ir para outra mesa, que ali não se bebia 7Up, porque eles, bastante mais velhos, costumavam acompanhar com um copo de vinho, dentro dos limites como é óbvio. Nunca mais me esqueço da primeira vez que me convidaram para almoçar: foi ali na zona de Campanhã e fui com o Quim, o André, o Sousa, o Jaime Pacheco... Brincavam comigo, na altura talvez não o percebesse, mas era uma forma de me prepararem para o futuro.

É aí que começa uma relação quase entre irmãos com o João Pinto...

Ele foi sempre o meu colega de quarto depois da saída do Sousa, quer no clube, quer na Seleção. Brincávamos muito, há imensas histórias e conhecemos os sonhos um do outro, literalmente, porque falávamos durante a noite e de manhã contávamos o que o outro tinha dito a dormir. Houve até situações de sonambulismo... Foram muitos anos, cresci muito com ele e a passagem da braçadeira, em determinada altura, foi muito natural.

O que é que o futuro foi beber àquela geração?

A final de Viena marca a mudança do FC Porto. Aquela geração era fabulosa e continuou a ganhar com o Ivic, o que serviu de lição para muita gente. Depois, o presidente teve perícia para perceber que já se tinha atingido o topo, que era preciso mudar, renovar, salvaguardar o futuro. Quando sai o Quinito e regressa o Artur Jorge, há uma geração nova com o Baía, o Fernando Couto e o Jorge Couto...

Antes disso, o famoso "Gomes é finito"...

Mais tarde, o Quinito disse que era "Gomes e mais dez", mas acho que aquilo foi uma confusão. Perceberam mal uma palestra dele no relvado, mas ele foi sacrificado por isso. Houve momentos conturbados nessa renovação, mas a mudança foi operada no momento certo e serviu de exemplo. Quando se ganha muito, tem de haver sangria no plantel, sob pena de se perder a ambição.

Fazendo parte de uma geração importante do FC Porto, magoa-o ter jogado entre a vitória de Viena e as conquistas de Sevilha e Gelsenkirchen? Os títulos europeus passaram-lhe ao lado...

Tenho consciência disso. Faltou-me um título europeu e senti-o próximo quando fomos à meia-final com o Barcelona [Liga dos Campeões 1993/94]. Tivemos a infelicidade de nos cruzarmos com a melhor geração de futebolistas da história. Lembro-me do Milan, dos holandeses, do Barcelona de Stoichkov e Romário... A concorrência era fabulosa e retirou-nos protagonismo. Não me esqueço de um lance com o Milan em que, no último minuto, a bola fica debaixo do corpo do Drulovic e fez a diferença entre jogar a meia-final em casa com o Mónaco ou em Barcelona. A sorte no futebol existe...

"Queria ser famoso..."

Domingos admite que algo o movia há 25 anos e não tem qualquer receio em admiti-lo. "Queria usufruir de bens que nunca tive, mas não punha o dinhero acima do resto. A prioridade era ser famoso, reconhecido na rua", lembra, revelando que sempre gostou do contacto com as pessoas: "Era a forma de eu perceber que gostavam do que eu fazia, que valia a pena." Em 1987, Domingos já tinha posto os estudos de lado, porque percebia que o sonho de ser futebolista estava afinal ao seu alcance. Duas vezes campeão de juniores (uma das quais em 1986/87) e melhor marcador do escalão, já morava sozinho, mas ainda não conduzia. "Vivia num aparthotel. Não tinha carro e apanhava boleia do João Pinto, que tinha um Citroën e que todos os dias me apanhava às 7h45, 8h no máximo", a caminho das Antas. A sua história na primeira equipa começou na época seguinte e é sobejamente conhecida: com um total de 104 golos, Domingos é o quarto melhor marcador da história do FC Porto, só atrás de Gomes, Jardel e Hernâni.

www.facebook.com/diariodesportivo.ojogo
 

btx

Portista Divino
Re: [Futebol] Domingos

Pelo que vi no 45 minutos à Porto, podíamos ir buscá-lo em Janeiro, mas punha-mo-lo a treinar já com a equipa para ganhar ritmo, mas ele em Janeiro tirava o lugar ao Kleber... lol2
 

TiagoSilva

melhor do mundo
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Domingos sobre SC Braga, Académica, FC Porto e... Benfica


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Atualmente sem clube, Domingos Paciência abordou vários temas do seu passado e não se coibiu de se debruçar sobre a possibilidade de treinar o FC Porto.

O técnico garantiu, em entrevista à Sport TV, que mantém uma relação de «amizade» com o presidente dos dragões, Pinto da Costa, e que é «do Porto, cidade e clube», acrescentando que «é normal ter a ambição de treinar o FC Porto».

Contudo, o treinador, de 44 anos, ressalvou que não existe uma obrigatoriedade em treinar os dragões e aceita o facto de não ter sido opção para suceder a Vítor Pereira: «Há que respeitar o facto de o FC Porto não entender que eu seria a pessoa indicada».


Confessando que já foi «um técnico barato», Domingos, que esteve perto de orientar o Olympiakos e o PAOK, relembrou a sua carreira e destacou que o seu «topo foi a final da Liga Europa», ao serviço do SC Braga.

Sobre a sua passagem pelos minhotos, o técnico explicou que se tratou da experiência que o tornou «mais treinador», embora não esqueça a passagem por Coimbra, onde treinou a Académica: «Atingimos a melhor classificação do clube das últimas décadas, mas o ponto de maior alegria para as gentes de Coimbra foi a vitória na Luz, 53 anos depois, e logo por 0x3».

Aliás, o antigo avançado foi ainda questionado sobre a possibilidade de um dia treinar o Benfica, ao que Domingos respondeu que a sua «ligação ao FC Porto torna muito difícil poder um dia treinar o grande rival».

Além destes assuntos, Domingos Paciência pronunciou-se tambémsobre a sua passagem pelo Sporting e sobre a proposta que recusou do PAOK.

Mingos. :heart:
 

JorgeFernandes

Portista Divino
Cada vez mais dificil, se não veio este ano que estava sem clube, não sei quando virá. O facto de estar sem clube também não ajuda.
A decisão de ir para o sporting foi a pior que podia ter tomado. Ele e qualquer um que para lá vai.
 
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