Há tantas coisas que ou não fazem sentido ou são extremamente amadoras no programa do AVB... já sei que me vão cair em cima mas caguei.
"No extenso documento, é possível ver de forma detalhada as propostas de Villas-Boas para «cinco áreas fundamentais»: programa desportivo, reestruturação financeira, ecletismo, caminhos para a excelência e transparência e ética. Para cada área, a candidatura Só há um Porto apresenta várias medidas em diferentes departamentos. Eis o resumo dos temas principais:
1. Programa Desportivo Novo organograma: Liderado pelo diretor desportivo; Sob a alçada do diretor desportivo, mais «cinco pilares fundamentais»: diretor do futebol profissional, diretor de scouting, diretor de formação, diretor de performance e diretor do futebol feminino."
Ora bem...
Diretor Desportivo
diretor do futebol profissional / diretor de scouting / diretor de formação / diretor de performance / diretor do futebol feminino
Onde estão as modalidades?
Scouting: Reformular o departamento, desenvolvendo um «criterioso processo de prospeção, análise e seleção» e digitalizando «todo o processo através de bases de dados, algorítmica e filtros hierárquicos.»
Não temos processos de scouting digitalizados?! Conheço pessoas do Scouting do Porto... Não me parece. Depois é só isto que vamos fazer para fazer leveraging do Scouting?! Digitalizar? Em que medida vamos recorrer a bases de dados privadas? Em que medida precisamos de scouting especialista e em que mercados? Vamos ter especialistas por posição? Por variabilidade dentro das posições? Qual é a abordagem? Onde está a inovação? Zero.
Formação: Definir e implementar uma visão para a formação a 12 anos; Integrar a rede de scouting na formação; Unidade na metodologia formativa no treino e no jogo; Adotar uma visão metodológica transversal e assente em ciência, inovação e performance; Complementaridade entre futebol e futsal na base formativa; Jogador de formação do FC Porto como base de sustentabilidade do clube.
Porquê a 12 anos? Daqui a 12 anos o futebol é completamente diferente do que é agora. Porque não 11? Ou 13? É tão aleatório e tão básico, parecem coisas escritas por amadores.
Vamos ter futsal apenas como base formativa? Diretor para a modalidade não existe, por isso depreendo que sim.
Futsal: Desenvolvimento de jovens no futebol e no futsal, em paralelo, até aos 12 anos de idade; Equacionar a implementação de escalões sub-15 e sub-17.
Para quê estes escalões? O plano é termos seniores ou não?!
Na parte financeira:
Reduzir o passivo:
Avaliação da dívida;
Negociação e renegociação;
Diversificação das fontes de financiamento;
Extensão de maturidades e redução do custo médio da dívida.
Quase na mesma frase: reduzir o passivo e extender maturidade de dívidas... faz sentido
Diversificação das fontes de financiamento; Como? Que opções vamos explorar que não exploramos até então? Instrumentos financeiros? Ou financiadores?
Aumentar as receitas:
Novos modelos de sponsorship;
Expansão internacional da marca;
Direitos televisivos;
Transformação digital do grupo;
Maximização da receita de bilhética;
Maximização da receita de hospitality;
Participação nas competições internacionais.
Palha, para não dizer demagogia e falta gritante de criatividade/ideias. Expansão da marca implica investimento e não colhe resultados no curto prazo. Direitos televisivos - numa altura de centralização, vamos sair a perder, não a ganhar.
Transformação digital do grupo; Traz receita direta?
Maximização da receita de bilhética; Ok mas é um grão de areia.
Participação nas competições internacionais. Really?!
Como é que se fala de receitas sem discutir um modelo movo e disruptivo sobre a potencialização das vendas? Essa tem que ser a maior fonte de receitas. Como criar um modelo que permita garantir competitividade desportiva e que ao mesmo tempo nos torne sustentáveis financeiramente. Tudo o resto é palha.
Muito fraquinho.