I) Atual sistema
O Porto tem duas maneiras de atacar. A primeira, é o que ha mais basico no futebol e o que vemos nos distritais todos os fins de semana: Recuperamos a bola e um dos medios do duplo pivot (ou até o DC) bombeia a bola para o Marega. O tal futebol "Bombeiçao"
A segunda forma de atacar, é um bocado mais desenvolvida, ou seja, jà nao se vê nos distritais. Aqui a equipa mete-se em modo CNS. Vamos detalhar
1. A equipa deixa de procurar a transiçao rapida e temporiza com um ping-pong "Lopetéièsco" entre os defesas e um dos medios que desce na mesma linha que os centrais. Claro, aqui o importante é deixar os adversarios reposicionarem-se e dar segurança à defesa, nao va o Pepe falhar um passe ou Marcano escorregar.
Primeiro erro aqui: Porque é que deixamos equipas muito inferiores (90% dos jogos reposicionarem-se e meter o autocarro? Acham mesmo que o Tondela vai praticar um gegenpressing?
2. Vinte segundos depois de pingopongo, decidimos lançar o ataque. Aqui é basico, o jogo pelo meio é inexistente (lembram-se? um dos medios ainda esta embrulhado no meio dos centrais) e lateralizamos para um dos laterais ou diretamente para o extremo. Os laterais tem ordem para subir os dois ao mesmo tempo. Vamos caralho, isto é meter a carne toda no assador.
3. O lateral/extremo faz um passe de rotura para o avançado movel (que é obrigado a sair da sua zona de caça) ou manda um balao para o meio da area.
Como sabem, a tecnica nao é o ponto forte dos nossos avançados, quando recebem a bola fora da area, quase numa posiçao de extremo, sao faceis de anular.
4. Quando o avançado recebe a bola, o extremo decide deixar de ser inutil e tenta dar uma linha de passe. Mas nao é eficaz porque demoramos uma eternidade a criar jogo e a equipa ja estacionou o autocarro. Alias, as desmarcaçoes dos medios seguem sempre a mesma patern.
Esta forma de atacar é na minha opiniao (e verifica-se na pratica) super facil de anular e baseia-se apenas em rasgos individuais, porque sim... temos boas individualidades.
O pior disto tudo é que os 4 da frente E os laterais abandonam a defesa e a equipa fica muito vuneravel aos contra ataques: Os famosos buracos nas laterais. O maior exemplo disso foi os golos sofridos contra o Kransnodar (ha tambem o Gil Vicente ou o jogo de ontem). Aqui fica exposta a situaçao da equipa no inicio do processo defensivo:
(as bolas vermelhas sao os adversarios, as flechas rosas = as movimentaçoes deles, as flechas em curva = as linhas de passe que tem)
Como os nossos medios nao tomam nenhuma iniciativa de jogo, os laterais/extremos/avançados sao presas faceis para os 4 defesas e 3 medios adversarios (school bus).
Percebo a ideia do Conceiçao: Ao deixar o duplo pivot um pouco recuado, a primeira missao deles é fazer um pressing ao adversario mal ele recupere a bola. Funciona 80% das vezes e permite ter alguma presenca (esteril/sem efeito) no meio campo adversario. Até que à nona vez, o medio adversario tenha o millèsimo de segundo necessario para lançar as flechas da equipa.
Muitas vezes somos colhidos em contra ataque.
Em conclusao, temos um sistema de ataque quase monodimensional que é pouco eficaz e expoe a equipa defensivamente.
2) O que fazia no lugar do SC...
Primeiro, metia jogadores com mais "futebol" nos pes. Isso implicava o sacrificio do Marega. Dava a oportunidade ao Uribe de mostrar o que vale numa equipa que jogue à bola.. mas se confirmasse a minha opiniao (de que o Sergio Oliveira é superior) deixava a equipa.
O que falta ao Porto é diversificar os seus layouts de ataque, implicar os medios no processo, haver tabelas, passes curtos, passes a rasgar, jogadores a trocar posiçoes. Sim falta tudo basicamente.
Alem dos passes longos que podem continuar a existir (mas nao em 50% das nossas jogadas) quando o adversario esta descompensado, acho que seria interessante vermos um Porto a atacar e defender assim:
(exemplo de um ataque pelo lado direito - o mesmo replica-se se for pelo lado esquerdo).
Aqui vemos que ha dois paterns "base": as setas azuis ou as setas cor de laranja.
Azul:
Se o DD subir (Corona), o ED (Otavio) tem que propor uma linha de passe mais ao centro para tabelar com o DD e/ou desmarcar um dos avançados. Indo ao centro, o ED tambem arrasta o lateral adversario ou implica que um dos medios adversarios saia da sua posiçao. Fazendo isso, oferece liberdade ao DD e aos avançados.
Com menos um medio, o Uribe pode finalmente funcionar como um verdadeiro "8" e dar contributo ao ataque com passes de rotura ou rematando de longe
Laranja:
Se ao contrario, o lateral decidir passar pelo meio, o Otavio faz o moviment contrario e vai para a extrema... enfim, pela imagem perceberam.
O importante é que haja envolvencia de um dos medios (aqui é o Uribe, mas pontualmente pode ser o Danilo).
Aqui no processo defensivo, podem ver que ficamos com 5 homens que podem rapidamente recompor a defesa ( 1 LE, 2 DC , 2 MC), e assim podemos estancar mais facilmente os contra ataques adversarios: com as "compensaçoes" podemos rapidamente fechar as alas.