O Leverkusen é neste momento uma melhor equipa? Acredito que sim. Não acho que seja descabido. Agora é a diferença tão grande que justifica o que foram os dois jogos? Não, e é absolutamente absurdo que o Sérgio o insinue. Nós podíamos ter ganho os dois jogos se quiséssemos, se houvesse uma análise legítima de como o Bayer joga e como devíamos enfrentá-los. O nosso plantel pode não ser o mais forte da memória recente, mas temos mão de obra para muito mais. E mesmo que fossemos eliminados, ao menos que tivéssemos mostrado personalidade em campo.
Sempre que entramos num jogo europeu mais complicado com o nosso 4-2-4 tiki-trolha nós fazemos sempre exibições miseráveis porque somos completamente dominados no meio-campo e somos incapazes de construir algo que não seja um chutão pró Marega, uma bola parada ou algum coelho sacado da cartola por Corona/Díaz/Alex/Otávio. Ainda dou de barato o jogo em Leverkusen, porque o 4-2-4 resultou contra o benfica, e ainda sacamos de lá um golito. Foi um erro, mas um recuperável.
Agora, com os dados que temos do jogo na BayArena. Sabendo o que o Leverkusen pode fazer contra o nosso sistema habitual. Seria de esperar que para este jogo houvesse uma abordagem diferente, algo que fosse tentar (pelo menos) corrigir os nossos erros de abordagem na primeira mão. Nope. 4-2-4 baby! Correu exactamente como lá, talvez ainda pior porque agora o Leverkusen sabia exactamente o que fazer para neutralizar por completo este jogo.Com 0-1, o jogo estava muito mais difícil, mas ainda não estava impossível. A ideia aqui seria finalmente implementar mudanças para tentar marcar e dar a volta. Mas em vez de o fazer ao alterar a formação para uma que já tenhamos usado antes (como o 4-2-3-1/4-3-3 que usamos durante umas semanas), vamos e metemos AINDA menos homens no meio-campo e colocámos um Pepe recém-recuperado de lesão para mudar por completo a defesa para uma configuração que quase de certeza nunca foi treinado, pelo menos, não ao ponto de criar rotinas.
Pá, eu nunca fui o maior admirador do Sérgio no que toca às suas decisões tácticas, mas ao menos respeitava a sua capacidade para admitir os erros e tentar corrigir os mesmos. Mas de há uns tempos para cá que tem sido cada vez mais frequente esta insistência doentia naquilo que não resulta.