Já percebi, chegamos então a conclusão que equipas de campeonatos mais poderosos acabam por ter mais facilidade de manter o FPF devido a grandes receitas de patrocínios, de transmissões televisivas pois tudo entra nas contas... e nós fizemos uma má gestão a esse nível nos últimos 3 anos...
Sim e não. O fair play financeiro foi introduzido precisamente por esse motivo que referes.
O objectivo primário era nívelar a competição através da introdução de limites máximos no que respeita a valores dispendidos por clubes em transferências. Isto surgiu para combater a nova tendência de pessoal dos países do petróleo e outros (geralmente do oriente) que ultimamente tem passado cheques para adquirir clubes como fizeram com o Manchester City por exemplo.
Quem não se lembra do primeiro ano do City que aliciou todos os craques da europa com maços de notas? Claro que a grande maioria na altura rejeitou porque o projecto estava longe de ser aquilo que é hoje, mas alguns aceitaram, como foi o caso do Robinho, por exemplo. Esses foram precisamente a base do projecto.
Mais recentemente temos o caso do AC Milan que foi adquirido por um investidor chinês. Nos próximos anos eles dispõem de um plafond máximo de 1000 milhões para usar em compras.
Isto acaba por ter um efeito limitador para essas equipas visto que, comparativamente com equipas como a nossa, por exemplo, nós nunca em 3 ou 4 anos iriamos dispender 1000 milhões em compras simplesmente porque esses valores estão completamente fora da nossa actual realidade financeira.
O próprio Barcelona há coisa de dois anos esteve impedido de contractar e inscrever jogadores e o motivo não foi o exercicio negativo no balanço de contas, foi precisamente por terem esgotado o plafond de que dispunham.
Há mais contornos relativamente ao FP financeiro, sendo que um deles é precisamente o facto de não se poder apresentar um balanço de contas negativo em 3 anos consecutivos. Curiosamente o supra-referido AC Milan safou-se em 2015 de estar na posição em que estamos nós agora porque o na altura presidente, Silvio Berlusconi, fez lá uns malabrismos com a companhia Fininvest da qual ele era o chariman.